O Grupo Reflexivo para Homens, uma iniciativa do Ministério Público do Maranhão, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher de São Luís, participou, na quinta-feira da semana passada, 20, de palestra do psicólogo e sociólogo paulista Flávio Urra. A nova turma do grupo reúne 28 homens que respondem a processos por violência doméstica.
A coordenação dos trabalhos ficará por conta do curso de Psicologia da Universidade Ceuma, que é parceira da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher no projeto. Também participaram da reunião a titular da 2ª Promotoria de Defesa da Mulher, Selma Martins, e a psicóloga Moara Gamba, professora da Universidade Ceuma, além de estudantes da instituição de ensino.
Mestre em Psicologia Social (PUC-SP) e coordenador do programa “E agora, José?”, que promove a reeducação de homens autores de violência doméstica no Grande ABC, em São Paulo, Flávio Urra, no encontro, dialogou com os participantes do grupo e procurou estimulá-los a refletir sobre o relacionamento com suas companheiras e o que os levou à condição em que se encontram.
Com a experiência de trabalhar com os homens enquadrados na Lei Maria da Penha, o psicólogo conta que, nas primeiras reuniões, eles apenas negam que tenham cometido violência contra a mulher e reclamam da Justiça, do Ministério Público e da Lei Maria da Penha. “Mas, à medida que aprofundam nas reflexões propostas, começam a perceber que têm de mudar de comportamento para reconstruir suas vidas. A maioria sai do grupo agradecida, dizendo que mudaram em relação aos filhos e que não vão mais cometer violência contra a mulher”, relatou.
LEI MARIA DA PENHA
De acordo com o artigo 45 da Lei Maria da Penha, em casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz deverá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.
Criado desde 2020, o grupo reflexivo reúne homens que respondem a processos de violência doméstica e cumprem medidas protetivas de urgência, relativas a processos em andamento. De um total de cerca de 250 homens que já participaram dos grupos, não houve nenhum reincidente em casos de violência contra a mulher.
Redação e fotos: José Luís Diniz (CCOM-MPMA)