Foi aberta nesta terça-feira, 22, no Centro Cultural e Administrativo do Ministério Público do Maranhão, a exposição “Divino: a cidade e a Festa – 50 anos depois”, do fotógrafo, cineasta e professor Murilo Santos. A mostra conta com a exposição de fotografias, fotogramas e frames que retratam a Festa do Divino, em Alcântara.
A relação de Murilo Santos com a Festa do Divino teve início em 1973, quando ele coordenava o Departamento de Cinema e Fotografia do Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte). O grupo buscava “dialogar com os elementos expressivos da cultura popular maranhense para a elaboração estética nas áreas das artes cênicas, dança, música, literatura, artes plásticas, cinema e fotografia”.
Na oportunidade, Santos realizou o seu primeiro filme e uma série de fotos em preto e branco sobre a Festa. Esse material resultou na primeira exposição individual do cineasta, cujo título foi “Divino: a cidade e a Festa”. Em 1993, uma nova exposição foi feita com o mesmo tema e, agora, acontece a celebração pelos 50 anos dessa relação entre o artista e a Festa do Divino.
ABERTURA
Na abertura dos trabalhos, o curador da exposição, Francisco Colombo, lembrou de sua relação com Murilo Santos desde os bancos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e ressaltou a sua admiração pelo trabalho desenvolvido pelo cineasta. Para Colombo, a exposição retrata um trabalho belo, rico e de enorme intensidade.
Murilo Santos explicou que a exposição “Divino: a cidade e a Festa – 50 anos depois” foi iniciada em Alcântara e agora chega ao Centro Cultural do MPMA. Ele destacou, ainda, que quis mostrar o povo de Alcântara, sempre que possível nomeando os personagens retratados, se utilizando de recursos modernos como aplicativos de mensagens para conseguir identificar as pessoas.
O professor do Departamento de Artes Visuais da UFMA ressaltou, ainda, que o documentário realizado em 1973 é considerado o primeiro da cinematografia maranhense. Ainda de acordo com Murilo Santos, todo o material da exposição foi doado à Associação do Divino e da Cultura de Alcântara.
O diretor da Secretaria de Planejamento e Gestão do MPMA, Ednarg Fernandes Marques, deu as boas-vindas à exposição e destacou que entre os direitos fundamentais defendidos pelo Ministério Público está o direito à cultura. “Temos, hoje, retratada aqui uma realidade simples, autêntica e espontânea, que envolve aspectos muitos ricos de expressões artísticas, como o folclore e a religiosidade”, afirmou.
O mestre-sala mor da Festa do Divino e representante da Associação do Divino e da Cultura de Alcântara, Antônio Luís Moraes Barbosa, celebrou a exposição de Murilo Santos, lembrando que muitos artistas e profissionais registram a Festa do Divino sem trazer nenhum retorno ao povo de Alcântara. Ele aproveitou a oportunidade para convidar todos a vivenciarem a Festa do Divino, que é feita com o esforço da comunidade. “Lá, nada é vendido. Tudo é oferecido aos participantes e todos são iguais”, afirmou.
SERVIÇO
A exposição “Divino: a cidade e a Festa – 50 anos depois” fica no Centro Cultural do Ministério Público do Maranhão (Rua Oswaldo Cruz, 1396, Centro) até o dia 22 de setembro. As visitas podem ser realizadas de segunda a sexta-feira, sempre das 8h às 15h. A entrada é gratuita.
Redação: Rodrigo Freitas (CCOM-MPMA)