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Notícias

SÃO LUÍS – Documentário e exposição no Centro Cultural do MPMA tratam da inclusão por meio da arte

Publicado em 21/03/2025 13:54 - Última atualização em 21/03/2025 14:13

Solenidade foi realizada no Centro Cultural do MPMA

Arte e inclusão social estiveram em destaque na tarde desta quinta-feira, 20,no Centro Cultural do Ministério Público do Maranhão. No espaço, foi realizada a abertura da exposição “Cores da Superação”, do artista plástico Lucas Luciano, e em seguida o lançamentodo documentário “Papo de Cadeira: Arte sem Limites”, idealizado e dirigido pelo pedagogo e comunicador social tetraplégico Fábio Ferreira.

O documentário conta a história de cinco artistas com deficiência, incluindo o próprio autor e o artista plástico, que, com suas histórias de vida, demonstram como a arte pode ser um caminho, autoconhecimento e expressão.

Roda de conversa integrou a programação

Participaram da solenidade membros e servidores do MPMA, representantes de entidades que defendem as causas das pessoas com deficiência, artistas e convidados. O diretor da Secretaria de Planejamento e Gestão, Fábio Meirelles Mendes, representou a administração superior do MPMA no ato.

O curador do Centro Cultural do MPMA, Francisco Colombo, deu as boas-vindas aos presentes no evento e destacou a importância de obras artísticas produzidas por pessoas com deficiência serem expostas no espaço. “Nós também somos imensamente gratos por acreditar neste espaço, por acreditar na gente, para trazer estes trabalhos, que com certeza serão muito bem acolhidos. Nada mais saudável para a instituição do que termos a exposição e o documentário à disposição do público”, afirmou.

Curador do Centro Cultural ressaltou a importância das obras das pessoas com deficiência

Após a exibição do documentário, que tem duração de uma hora e vinte minutos, foi realizada uma roda de conversa com os artistas que participaram da obra, além da psicóloga Adriana Alencar, mãe do cantor Augusto Neto.

A programação foi encerrada com as apresentações de Augusto Neto, que é autista, e da dançarina sobre rodas Maria Rocha, atual secretária municipal da Pessoa com Deficiência de São Luís.

EXPOSIÇÃO

“Cores da superação” apresenta 20 telas em pintura acrílica. A exposição ficará aberta ao público no Espaço de Artes Ilzé Cordeiro, no Centro Cultural do Ministério Público, de 20 de março a 16 de maio de 2025, de segunda a sexta, das 8h às 15h. O trabalho abre a programação de 2025 do Centro Cultural.

Mostra está aberta ao público até o dia 16 de maio

Identificado com o Impressionismo, na mostra, Lucas apresenta telas com temas variados, algumas pintadas com os pés e outras com a boca. Elas retratam lugares que foram visitados pelo artista e elementos da natureza, como os pássaros. “O meu objetivo é incentivar e motivar mais pessoas com a minha história de vida e superação, levando a minha arte para todos”, disse.

Natural de Lago da Pedra, Lucas Luciano nasceu com deficiência física chamada artrogripose múltipla congênita, que afeta os membros superiores e inferiores. Começou a pintar com os três anos de idade usando a boca e os pés, desde então sempre estudando técnicas de pintura.

Lucas Luciano é o único maranhense dos 58 brasileiros que integram a Associação dos Pintores com a Boca e os Pés, uma organização internacional controlada pelos próprios artistas. Todos os integrantes aprenderam a pintar sustentando o pincel com a boca ou com os dedos dos pés, por não poderem usar as mãos. 

O artista de 23 anos é um dos cinco personagens do documentário “Papo de cadeira: Arte sem limites”.

DOCUMENTÁRIO

O documentário “Papo de Cadeira: Arte sem Limites”, realizado pela Prefeitura de São Luís, por meio da Lei Paulo Gustavo, e que conta com o apoio do Ministério Público do Maranhão, mergulha no universo da arte como ferramenta de expressão, comunicação e inclusão. O filme desmistifica a visão sobre a deficiência, revelando a riqueza e a diversidade da experiência humana.

Filme conta com depoimentos dos artistas e seus familiares

Na obra, os cinco artistas retratados narram suas histórias, destacando os obstáculos que enfrentaram e ainda enfrentam, sobretudo os preconceitos e as atitudes capacitistas de que foram vítimas, bem como suas trajetórias até terem a aceitação e o reconhecimento pelos talentos que possuem.

“O maior objetivo com este documentário é colaborar para que as pessoas com deficiência sejam respeitadas e mostrar que podemos estar em todos os espaços, mesmo naqueles que não sejam adaptados para nós”, disse Fábio Ferreira. Como estratégia de divulgação, o autor informou que vai inscrever os filmes nos festivais de cinema pelo país e também apresentá-lo em escolas e outros locais que desejem exibi-lo. “Eu quero que os brasileiros vejam as potencialidades dos artistas maranhenses com deficiência e possam se inspirar com essa obra”, revelou.

ARTISTAS

Público presente dialogou com os artistas

O documentário “Papo de Cadeira: Arte sem Limites” traz os relatos das histórias de vida dos artistas Augusto Neto, que é cantor; Maria Rocha, conhecida nas redes sociais como dançarina sobre rodas; Lucas Luciano,  pintor que usa a boca e os pés para criar obras de arte; Marcio (Travis),  tatuador e designer gráfico; e o próprio Fábio Ferreira, que tem graduação em Pedagogia e pós-graduações em Psicopedagogia, Audiovisual e Jornalismo Digital.

Cada depoimento é complementado por falas de familiares que compartilham o cotidiano dos artistas, seus desafios e conquistas, sempre com emoção e troca de afetos.

O AUTOR

Fábio Ferreira quer levar o documentário para todo o Brasil

Depois de um grave acidente de carro, em 2017, que o deixou tetraplégico,  Fábio Ferreira priorizou o estudo e a comunicação, buscando se conectar com a sociedade e, principalmente, com as pessoas com deficiência. Foi nesse momento que nasceu o projeto “Papo de Cadeira”, que inicialmente, criava vídeos motivacionais de apenas 15 segundos, compartilhados por meio de listas de transmissão e em canais de comunicação. Mais tarde ele criou seu canal no YouTube, também chamado “Papo de Cadeira”.

Redação: José Luís Diniz (CCOM-MPMA)

Fotos: Larissa Ribeiro (CCOM-MPMA)

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