Sugerindo o movimento da natureza palpável das folhas secas de outono e também do universo onírico das galáxias, a exposição “Outonos”, da artista visual Susana Pinheiro, reflete sobre a passagem do tempo e a respeito da transitoriedade da vida, aspectos que levam a inúmeras transformações. Ao todo, são 17 telas em técnica mista sobre algodão ou aquarela sobre papel, em estilo figurativo/abstrato.
A exposição foi aberta na manhã desta terça-feira, 26, no Espaço de Artes Márcia Sandes, na Procuradoria-geral de Justiça. As telas de Susana Pinheiro podem ser visitadas até o dia 7 de janeiro, no horário comercial.
Todas as imagens possuem folhas de carvalho cujos moldes foram feitos de originais colhidas em várias partes do mundo, como em Portugal ou na Holanda. Outra característica são as linhas circulares indicando movimentos contínuos e transformações, uma referência às mudanças ocorridas na referida estação. As cores predominantes têm tons ocres e neutros. Há, ainda, algumas telas com sutis tons de azul.
“A grande temática de ‘Outonos’ são os atravessamentos e as mudanças. A gente passa, muitas vezes, por transformações em nossas vidas que trazem questionamentos e provocam reações, algumas de dor”, explicou a artista.
Susana Pinheiro contou que deu início à criação dos quadros da mostra, no longínquo ano de 2008, quando foi cursar mestrado no Rio de Janeiro, depois do falecimento de sua mãe. De volta a São Luís, 15 anos depois, após outra ruptura, retomou o conceito elaborado na capital fluminense. “A linha curva sugere continuidade, provoca um tipo de fluxo que não é linear. Daí, fiz a primeira tela, no Rio de Janeiro, dentro desse conceito. Já em São Luís, fui convidada a participar de uma exposição só com artistas mulheres e dei continuidade a essa ideia, criando depois esta série”.
Anteriormente, “Outonos” esteve em cartaz, no mês de maio de 2024, na galeria do Palacete Gentil Braga, no Centro de São Luís.
PASSAGEM DO TEMPO
Na abertura, a coordenadora do Centro Cultural do MPMA, Dulce Serra, ressaltou que “Outonos” traça um paralelo entre a estação do ano que se caracteriza pela transição com as reflexões sobre aspectos da vida. “Esse paralelo traçado por Susana nos chama à reflexão e à necessidade de nos conectarmos à natureza, porque somos regidos pelos rios, oceanos, pela lua, pelo sol. Nos renovamos a cada ciclo, a cada movimento, a cada perda, dor, prazer e estação”, refletiu.
Em seguida, o diretor da Secretaria de Planejamento e Gestão, Fábio Meirelles Mendes, elogiou o propósito da exposição de refletir sobre a passagem do tempo. “Essa ideia foi muito feliz, porque vivemos dentro do fluxo contínuo do tempo. No outono, as árvores mudam de cor o que é semelhante às mudanças que ocorrem em nossas vidas. Muitas vezes temos que nos renovar, deixar para trás o que não nos serve mais e abrir caminho ao novo”, completou.
Presente na abertura, o procurador de justiça Eduardo Nicolau, que é um dos maiores colecionadores de arte no estado, também elogiou o trabalho da artista.
Igualmente compuseram o dispositivo de honra o diretor das Promotorias de Justiça de São Luís, Cássius Guimarães Chai, e o curador do Centro Cultural do MPMA, Francisco Colombo.
Redação: Eduardo Júlio (CCOM-MPMA)
Fotos: Larissa Ribeiro (CCOM-MPMA)