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SETEMBRO AMARELO – Palestra sobre suicídio é apresentada no Centro Cultural

Publicado em 18/09/2024 10:08 - Última atualização em 18/09/2024 10:26

Psiquiatra Bruno Palhano ministrou palestra sobre suicídio

Como parte da programação do Setembro Amarelo, o Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência de Gênero (CAO-Mulher) promoveu na manhã desta terça-feira, 17, no auditório do Centro Cultural e Administrativo do Ministério Público do Maranhão, em São Luís, a palestra “Conscientização sobre o suicídio”, proferida pelo psiquiatra Bruno Palhano. A atividade foi acompanhada por membros e servidores da instituição, além de convidados, professores e estudantes de várias escolas públicas de São Luís.

Mediou a apresentação a coordenadora do CAO–Mulher, promotora de justiça Selma Regina Martins. A campanha internacional Setembro Amarelo tem o objetivo de prevenir o suicídio.

Durante a sua exposição Bruno Palhano apresentou um panorama dos dados sobre a ocorrência do suicídio no mundo e no Brasil, além das causas (fatores de risco), os tratamentos e formas de prevenção do problema. “Por ano, em todo o mundo mais de 1 milhão de pessoas cometem suicídio. É um número maior do que as mortes em decorrência de guerras e de doenças como malária e HIV”, destacou.

Coordenadora do CAO-MUlher, Selma Martins, mediou a atividade

O palestrante alertou que no Brasil as taxas têm aumentado. “Entre 2000 e 2019 houve um acréscimo de 43% no número de mortes por suicídio no Brasil, tendo as regiões Centro-Oeste e Sul registrado as maiores taxas”, disse.

Mas o psiquiatra afirmou que os números podem ser ainda maiores dos que os oficiais, porque há muita subnotificação. “Infelizmente, na vida real, esses dados são maiores”.

Outro apontamento importante foi o aumento de casos de suicídio entre jovens brasileiros dos 15 aos 19 anos, que subiu aproximadamente 81% no referido período.

O palestrante apontou entre os fatores de risco o abuso de álcool e outras drogas, alertando para o aumento do consumo entre o público jovem, e os transtornos neuropsiquiátricos. “Nós sabemos que 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem com algum transtorno mental e há estudos que apontam que 96,8% dos suicidas tinham alguma doença mental não tratada”.

Estudantes e professores de escolas públicas formaram a maior parte do público

Por último, apresentou os fatores de prevenção ao suicídio, como o combate às drogas, orientação dos profissionais de saúde, incentivos a campanhas de conscientização e investimento público em saúde mental. “Além do cuidado, é necessário ter hábitos de vida saudáveis e tecer uma rede de apoio, com as instituições, a família e as escolas para que uma pessoa que esteja em sofrimento mental possa ser identificada e ajudada rapidamente”.

MEDIAÇÃO

Depois da apresentação do vídeo da campanha de 2024 de prevenção ao suicídio, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cujo lema é “Se precisar, peça ajuda”, a promotora de justiça Selma Regina Martins pontuou a palestra do psiquiatra, agradecendo a sua participação, destacando a importância da campanha e contando parte da história familiar dela, já que teve um irmão que cometeu suicídio, há aproximadamente 20 anos.

“O suicida é aquele que quer parar a dor. É uma dor que ele não consegue parar. A Organização Mundial de Saúde apontou que no ano que vem, em 2025, o suicídio será a maior causa de mortes no mundo inteiro, superando as doenças cardíacas e o câncer”, disse.

A representante do MPMA também comentou sobre a importância das terapias e dos tratamentos de saúde mental e alertou a plateia para os perigos dos hábitos da vida contemporânea como o uso excessivo dos celulares.

A atividade congregou estudantes dos Centros de Ensino João Lisboa, Bernardo Coelho de Almeida, Governador Archer e dos Iemas Maria Firmina, José Sarney e Sousândrade.

Redação e fotos: Eduardo Júlio (CCOM-MPMA)