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SETEMBRO AMARELO – Relação do uso de drogas com suicídio é abordada em palestra

Publicado em 20/09/2024 15:20 - Última atualização em 20/09/2024 15:50

Palestra foi proferida pela promotora de justiça Cristiane Lago

Como parte da programação do Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio, o Ministério Público do Maranhão, por meio do Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência de Gênero (CAO-Mulher) promoveu, na manhã desta sexta-feira, 20, no auditório do Centro Cultural e Administrativo, a palestra “O uso indevido de drogas como um dos fatores de risco para o suicídio”, proferida pela promotora de justiça Cristiane Lago. A atividade foi direcionada a membros e servidores da instituição, estudantes e professores do Centro de Ensino Benedito Leite, além de representantes de outros órgãos públicos. Cinco turmas de alunos da referida escola acompanharam o evento.

Mediou a explanação, a coordenadora do CAO-Mulher, promotora de justiça Selma Regina Martins. A palestra foi antecedida pela apresentação do coral Vozes do MP e por uma breve participação do deputado federal Allan Garcês.

Público, formado principalmente por estudantes, lotou o auditório do Centro Cultural

A titular da 23ª Promotoria de Justiça Criminal e da 4ª Promotoria de Justiça de Entorpecentes, Cristiane Lago, iniciou a sua palestra explicando a origem do nome Setembro Amarelo, que foi motivado pela trajetória do jovem Mike Emme, que cometeu suicídio aos 17 anos, nos Estados Unidos. Ele tinha um carro amarelo e, no dia do seu velório, seus pais e amigos distribuíram cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio emocional.

Cristiane Lago acrescentou que o suicídio é um fenômeno complexo com vários fatores determinantes e um deles é o uso de drogas. “Nunca digam que uma pessoa cometeu suicídio. A gente tem que dizer que a pessoa foi vítima de suicídio, porque deixa diversas vítimas: quem perde a vida, as pessoas do núcleo familiar e os amigos”, disse, exemplificando a gravidade do problema e o profundo abalo emocional que o suicídio provoca.

Coordenadora do CAO-Mulher, Selma Regina Martins realizaou explanação no final do evento

E completou: “É muito forte, a gente até adoece, tamanha é a dor de perder alguém dessa forma, porque é o tipo de morte que a gente vai se questionar imediatamente a razão e porque não evitamos”.

Depois de discorrer sobre o histórico da mobilização mundial e da criação das leis federal e estadual de prevenção à automutilação e ao suicídio, a promotora de justiça abordou o tema das drogas, alertando para o grande número de jovens e mulheres envolvidos com tráfico no Maranhão. “O crime de tráfico de drogas tem como vítima a coletividade”, enfatizou.

Também comentou sobre a relação dos problemas de saúde mental com o uso de drogas e com o suicídio. Além disso, alertou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou tanto o suicídio quanto o abuso das drogas como pandemias.  

Deputado Allan Garcês participou da atividade que foi encerrada com sorteio de kit para um estudante

Outro relatório apresentado apontou que 90% das pessoas que cometeram suicídio apresentavam algum transtorno mental ou abusaram do uso de álcool e outros entorpecentes. “Vejam como a droga é determinante. É muito sério”.

Por último, destacou a importância das políticas públicas de prevenção às drogas e quatro formas de ajudar uma pessoa que está em risco de suicídio, a exemplo do diálogo, acompanhamento, ajuda profissional e proteção da pessoa. “Converse ou indique a ligação para o 188, o número de ajuda. A gente tem que ter empatia pelo outro, cuidado e amor”, concluiu.

GRAVIDADE

Para encerrar o evento, a coordenadora do CAO-Mulher, Selma Regina Martins, agradeceu a presença de todos e ressaltou a importância do tema, porque, de acordo com a OMS, o suicídio será a maior causa de mortes no mundo em 2025.

Também alertou para o perigo do uso do álcool, como fator de risco para o suicídio, relatando a sua trágica experiência familiar, já que perdeu um irmão, vítima de suicídio, que tinha depressão e abusava do uso de bebidas alcoólicas. “O álcool é uma das drogas mais perigosas, porque é lícita. Em qualquer lugar, é possível encontrar”.

Sobre os transtornos mentais, a promotora de justiça destacou a relevância da ajuda profissional para a cura. “Hoje, o sistema público de saúde oferece tratamento com psiquiatra e psicólogo. A pessoa tem que pedir ajuda e descobrir porque está assim. Encontrar a cura com um profissional, porque sozinha não vai resolver o problema”.

Outra forma de tratamento apontado pela promotora de justiça é a busca por uma vida saudável. “A vivência junto à natureza, a alimentação saudável e os exercícios físicos. Isso tudo é remédio, concluiu.

Durante o evento, também foi sorteado um kit com produtos naturais a um dos estudantes presentes.

Redação: CCOM-MPMA