Trabalhos audiovisuais abordam racismo ambiental e protagonismo feminino
Como parte do Projeto Curta Imagem Negra – Procine 2024, alunos do ensino médio da rede pública, da Região Tocantina, foram premiados na última quarta-feira, 13, pela produção de filmes e documentários com temáticas relacionadas às populações negras e indígenas. Os vencedores, das cidades de Imperatriz e João Lisboa, abordaram o racismo ambiental e o protagonismo feminino.
A cerimônia foi realizada no Teatro Ferreira Gullar e contou com a participação de autoridades, alunos, professores e gestores escolares. O projeto é desenvolvido pela Unidade Regional de Educação de Imperatriz, por meio da Coordenação de Educação de Igualdade Racial, em parceria com o Ministério Público do Maranhão e a Defensoria Pública do Maranhão.
A participação dos alunos foi estimulada por meio de uma série de oficinas de cinema realizadas nas escolas públicas. Os estudantes foram orientados a produzir roteiros para curta-metragens com duração entre dois e dez minutos. As atividades foram coordenadas por Eró Cunha, idealizadora do projeto, com orientação do cineasta João Luciano.
“O Ministério Público apoiou esse projeto por perceber o papel transformador da temática por meio de práticas educativas no combate ao racismo, além da promoção do protagonismo feminino no combate às injustiças sociais” destacou a titular da Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Mulher de Imperatriz, Gabriele Gadelha.
Eró Cunha agradeceu o apoio das instituições parceiras e ressaltou o envolvimento dos alunos e dos profissionais da educação. Ela afirmou que o projeto é um ponto de partida para o contato com a cultura por meio do audiovisual. “A premiação é apenas um reconhecimento, mas todos os trabalhos ficaram maravilhosos. E a maior premiação é o esforço de vocês”, refletiu.
PREMIADOS
Dentre os vencedores da categoria ficção, ficaram em primeiro, segundo e terceiro lugar:
Projeto H-110 – Centro de Ensino Tancredo de Almeida Neves; Uma João lisboense, do Centro de Ensino Rio Amazonas (João Lisboa); e Luiza – Centro de Ensino Urbano Rocha.
Na categoria documentário, venceram: A luta: justiça ambiental e social, do Centro de Ensino Graça Aranha; Vidas Submersas, do Centro de Ensino Amaral Raposo; Raízes de Resistência, do Centro de Ensino Caminho do Futuro.
Rayane Timbira, primeira colocada na categoria documentário, é indígena e abordou a temática da justiça ambiental e as desigualdades sociais que impactam a vida dos povos originários. “Nós mostramos como as mudanças climáticas afetam nossa subsistência. Muitas vezes ficamos sem água e sem a colheita, devido às intensas ondas de calor. É um orgulho trazer a história de nossa gente contada e reconhecida em um projeto como esses”, relatou.
TEMA E EXIBIÇÃO
Estudantes e professores premiados receberam certificados, troféus e equipamentos tecnológicos.
A ação nas escolas atende aos dispositivos das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que determinam o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino. Os filmes foram exibidos nos cinemas Tocantins.
Redação e fotos: Iane Carolina (CCOM MPMA)