https://www.mpma.mp.br
Ir para o conteúdo Ir para o menu Ir para o rodapé Redireciona o usuário para a página inicial Redireciona o usuário para a página de acessibilidade

Notícias

SÃO LUÍS – Impactos das redes sociais na saúde mental é tema de palestra

Publicado em 03/10/2024 15:30 - Última atualização em 03/10/2024 15:30

Palestra foi ministrada no auditório do Centro Cultural

A palestra “O duplo impacto das redes sociais na saúde mental e na produtividade” foi apresentada pela psicóloga Ana Flávia da Hora, na manhã desta sexta-feira, 9, no auditório do Centro Cultural do Ministério Público do Maranhão. Promovida pelo Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Cidadania (CAO-DH), a atividade integra a campanha do Setembro Amarelo, apoiada pela instituição. Membros e servidores do MPMA, além de professores e estudantes do Centro de Ensino João Lisboa acompanharam a explanação.

Na abertura, o coordenador do CAO-DH, promotor de justiça Marco Aurélio Ramos Fonseca, destacou que a atividade tem o objetivo de levantar os impactos positivos e negativos que as redes sociais causam na vida das pessoas, especialmente nos jovens. “A tecnologia é um passo sem retorno, porque hoje não conseguimos viver sem ela. Mas, precisamos entender que quem manda somos nós. As redes sociais não podem ser os demarcadores de nossas vidas. Com a nossa cultura e nossas vivências, podemos fazer com que essas redes possam ser frutíferas e positivas”, enfatizou.

Atividade foi aberta pelo promotor de justiça Marco Aurélio Ramos Fonseca

Ana Flávia da Hora, que é coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Ceuma, iniciou a palestra reafirmando que hoje em dia a internet, a cibercultura, é uma realidade consolidada. “Hoje, o celular se tornou basicamente uma extensão do nosso corpo. Se a gente parar para pensar, veremos o quanto nos tornamos viciados nesse acesso e não tomamos consciência disso”, enfatizou.

Algumas das mudanças promovidas pelo acesso à internet, destacadas pela palestrante, foi o rompimento das fronteiras, porque informações podem ser repassadas, em tempo real, para qualquer parte do mundo, além do acesso a todos os tipos de informações de forma imediata, que antes demandavam tempo e, muitas vezes, só eram encontradas em livros ou em bibliotecas.

CONEXÕES

Para exemplificar a intensa imersão da população mundial no mundo digital, ela apresentou dados sobre o uso de celulares e do acesso às redes sociais no mundo inteiro, apontando que 5,04 bilhões de pessoas, de um total de 8,08 bilhões, estão inscritas em alguma rede social na atualidade.

Apresentação foi direcionada especialmente a alunos e professores do ensino médio da rede pública

Porém, a psicóloga alertou que o acesso, a comunicação e a troca de informações virtuais não contribuem necessariamente para o bem-estar das pessoas, especialmente se forem usadas excessivamente. “Teoricamente deveríamos estar mais próximos, mais conectados, mas o isolamento, o sentimento de inadequação e de solidão, têm aumentado, influenciando os índices de depressão e ansiedade”, destacou, citando o filósofo Pierre Levy, autor do livro Cibercultura, publicado em 1997, como precursor da ideia de que a internet mudaria para sempre as formas de conexão entre as pessoas.

A palestrante também afirmou que as redes sociais promovem efeitos positivos na mente humana, provocando a liberação da dopamina, substância relativa ao bem-estar. Porém, pode provocar dependência, tomando um tempo precioso do cotidiano das pessoas e prejudicando a saúde mental. “O que era prazeroso se torna um vício. A gente acaba condicionado”, disse.

Ana Flávia da Hora é coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Ceuma

Para exemplificar o duplo efeito na produtividade exercido pelas redes sociais, a professora apresentou um quadro apontando as contradições, os pontos positivos e negativos do acesso às redes: como informação versus sobrecarga; recursos versus procrastinação; suporte social versus isolamento e networking versus desconexão. “A gente observa as redes sociais como um fator de risco para a nossa saúde mental”, completou.

Por último, apresentou alguns cuidados que todos devem tomar para fazer um uso equilibrado das redes sociais: estabelecer limites claros; cultivar conexões significativas; selecionar o conteúdo consumido; uso consciente; autocuidado e desconexão.  “A gente precisa ter pausas para realmente descansar. Vá à praia, desconecte-se e viva o aqui e agora. Deixe o mundo virtual à parte. Então, saber a hora de parar é uma forma de amor próprio, de autocuidado”, concluiu.

Redação: Eduardo Júlio (CCOM-MPMA)

Fotos: Johelton Gomes (CCOM-MPMA)